sábado, 25 de julho de 2009

COISINHAS AINDA NA MINHA CABEÇA SOBRE O LINGERIE DAY

Sei que não deveria, mas vou falar só mais um pouquinho sobre o lingerie day. Não faz nenhuma diferença pra Lu e pra Aline, porque elas não me leem, e já tem mais de meio ano que decretaram que, pra elas, eu não tenho nenhuma coisa importante pra falar. Mas eu queria falar pras pessoas insistentes e acima de tudo sofredoras que me leem. Ainda estou tentando entender por que Aline e Lu participaram do lingerie day. Aliás, minto. Porque colocaram o avatar de lingerie tá claro nos posts: a Aline, foi por discordar do post da Ana Carolina sobre o evento. A Lu, foi pra cutucar a minha amiga Cynthia”. Então o porquê, pra mim, tá claro, e não deve ser minimizado: não é que elas ouviram falar do lingerie day, acharam fofo, e decidiram participar. Não. Elas viram o post da Ana (devem ter visto os comentários também, chamando-a de mocreia mal-comida etc), e resolveram participar em oposição a esse post. Ao invés de serem solidárias com uma blogueira que foi atacada, foram solidárias com a campanha. E olha, por mim tudo bem. É o direito delas. O que eu queria entender é o que elas esperavam com essa atitude. Aplausos de outras feministas? Que todas as outras mulheres posassem de lingerie também?
Pelo que eu vi nas caixas de comentários das duas, o clima tá bem hostil. E juro que não é minha intenção ofendê-las, até porque, como eu disse, elas não vêm aqui. Convido todas as leitoras(es) a irem lá e tirarem suas próprias conclusões. Eu destaco alguns pedacinhos (fora do contexto, é verdade, mas parece que contexto é algo em baixa ultimamente, já que cada um pode criar o seu) do post da Aline (tudo sic):
eu não estava pensando em melhor a sociedade em que vivemos. Como eu disse, não sou da turma da vigília. Meu ato era de curto alcance, sim, deliberadamente. No máximo, eu queria ver a reação das pessoas que eu conheço e que me conhecem, que estão nesse círculo mais próximo, sobre minha exposição. Ver a reação, eu disse, e não ser atropelada por ela”.
Eu não sei ainda. Onde e como eu poderia ser sensual. Se não numa página de internet. Se não num #lingerieday, onde então? Em casa, pro marido? É esse o espaço que me sobra pra exercer minha sensualidade? Porque a única coisa que eu vi ser defendida é a negação total do #lingerieday”.
E eu, nisso tudo? Eu-me-di-vir-to. Porque eu coloquei minha foto lá, recebi um monte de elogio, apoio, carinho, recebi críticas, afastei um monte de gente azeda e machista de perto de mim” (essa parte da diversão é contraditória, porque em resposta a outros comentários ela diz que “tudo isso tá machucando de verdade”. E acho que todas somos unânimes em não querer que ninguém se machuque).
Pra mim tem algumas coisas que não batem, mas isso é da linha do feminismo de cada uma. Feministas pró-pornografia costumam achar, como disse a Aline, que “a eventual excitação de uma ou várias pessoas ao verem a foto da mulher não a reduz”. Outras feministas, principalmente as anti-pornografia, consideram que a pornografia reduz a mulher, que vira objeto (geralmente sem rosto) para ser usufruído pelo prazer do outro. Noutro ponto que discordo, Aline diz: “Mas pra mim não cola isso. De que a sexualidade tá banalizada e isso denigre as mulheres”.
Mais difícil ainda é aceitar que, quando uma leitora escreveu no blog da Lu sobre a Mayara (que foi reduzida a uma bunda pela mídia), Lu diga que não, ela não foi objetificada: “A Mayara continua sendo a Mayara”. É um argumento banal esse. Óbvio que a Mayara em si não virou uma bunda ambulante e deixou de ser uma pessoa inteira, assim como a Lu e a Aline não se transformaram em peças de lingerie. Mas a mídia, no caso da Mayara, não quis nem saber se ela era representante da Unicef, suas ambições, suas conquistas. Ela só virou notícia por causa do olhar que dois presidentes lançaram pra sua bunda. Isso é redutor. E não dá pra dizer que isso não afetou a Mayara (quem sabe até de forma positiva, vai saber). Será que os caras que chegaram aos blogs da Aline e da Lu após verem as fotos e escreveram “Uau, que peitões!” e “Gostosa, vou te chupar todinha” leram os posts? Tomara que sim. Mas pra mim, reduzir uma mulher a seus peitos ainda é uma redução. Pra elas não, e o blog é delas.
Mas, por ignorarem o contexto, elas não veem nem o público com quem estão lidando. Tem machista que não consegue ver a diferença entre feministas que aderiram à campanha e as que ficaram contra ela. Tipo, esse comentário eu tirei do blog do Morróida, outro dos idealizadores da campanha: “Bando de bigodudas mal comidas, olha só o que essa fala da besta do Morroida: [e dá link pro post da Aline!]. Essas idiotas que ficaram nervosinhas e ficam fazendo um tratado pra discutir a porra dessa brincadeira nos provam que são mesmo umas gordas bigodudas mal comidas, porque se não fossem, iam dar risada e sair pra dar pro namorado ou algum outro qualquer”. Eu não sei bem como interpretar um comentário desses além de “Cala a boca e tira a roupa, muié!”.
O que eu entendi após ler as respostas delas aos comentários nos seus blogs foi que elas acreditam que: a) a campanha do lingerie day não foi e não é machista; b) elas não foram objetificadas pelos homens; c) foram as feministas radicais que as ofenderam; d) elas não faziam e não fazem parte desse feminismo repressor, anti-sexo, anti-exibição do corpo da mulher, e) elas são contra o cuecas day; e f) o post da Ana Carolina foi agressivo e mereceu as respostas que recebeu. Como a Srta. T diz que elas não disseram isso, cito dois comentários da Aline: “Só foi provocada e ofendida quem provocou e ofendeu”, e “partimos do mesmo princípio que o texto [da Ana] foi provocativo. Ele não tem outra dimensão a não ser reclamar e criticar a campanha e estereotipar os caras q a fizeram. 'Os Homens'. Direito da autora? Sem dúvida. Mas aí gerou reações. Agressivas e toscas tbm, mas e agora? Os caras ficaram putos com a bronca q tomaram e rebatem na moeda provocativa: vc não quer se mostrar? então é gorda e feia”.
Mas a minha maior conclusão é que, se Lu e Aline não fossem feministas, este debate nem estaria acontecendo. Porque não tem nenhuma feminista aqui atacando mulheres (em geral) que participaram do lingerie day. Ou, em outra escala, atrizes que fazem filmes pornôs, ou prostitutas que partipam da prostituição. As feministas criticam o sistema, não os indivíduos. E a Lu sabe disso, e quer que, no fundo, a gente pare de criticar o sistema: o lingerie day, a prostituição, e, principalmente, algo que lhe é muito caro, a pornografia.
O Victor fez uma pergunta totalmente pertinente no post da Lu: “Eu só queria ler a sua posição: por que colocar foto do sutiã no twitter é uma atitude feminista?”. E a Lu respondeu, diretamente: “claro que não é uma atitude feminista isso. é uma atitude minha, pessoal. eu não falo em nome das mulheres e não as represento – nem positivamente, nem negativamente”.
Acho que essa resposta, pra mim, pode encerrar a questão. Porque o nosso erro foi ver o que elas fizeram como parte de um ato feminista, e apontar que esse ato, e essa campanha, não tem nada de feminista. E o erro delas foi colocar a foto em resposta a um post feminista. Victor deixou um comentário muito lúcido aqui:
Em não sendo atitude feminista, se não é machista, ela é ao menos omissa. Se você me diz que está brincando sem se preocupar com a política envolvida aí, qual é o ponto de se sentir ofendida quando uma outra feminista ressalta o ponto objetificante da campanha? [...] Devo dizer que o que vejo da discussão toda é uma polêmica falsa. Porque está todo mundo concordando que a atitude de mostrar os peitos no twitter a pedido de homens não é feminista. E, portanto, é no mínimo omissa. A partir daí, é tudo ponto de vista e vontade de participar ou não. E tudo é alvo de crítica. Só não dá para se sentir ofendida quando alguém diz que você foi objetificada, frente à massa de twitters, por uma campanha que você sabe que foi objetificante, e quando alguém diz que *naquela* atitude você não foi feminista, porque você mesma admite. E se você acha válido participar, e se você sabe que pra você aquilo parte de um outro entendimento, ótimo. Só não ignore o resto do mundo, que é basicamente o que o pessoal está dizendo na posição no debate contrária a elas”.
Eu não poderia dizer melhor.

31 comentários:

Anônimo disse...

Olha, eu nem vi post nenhum, fora o aquele que você indicou, que foi o da Marjore. Mas lendo o seu texto eu percebi uma coisa, a voz da mulher não é ouvida nem por ela mesma, no caso, quero dizer as mulheres . Ora bolas, não somos unidas, não temos unanimidade. Pergunta para um cara qualquer o que ele acha dessa campanha, duvido que algum diga que não goste. Agora, entre nós é uma briga ferrenha, poxa. Eu não aprovo a nudez, a pornografia, e nem essa campanha, acho que as mulheres se tornam objetos sim. Elas ( modelos de playboy penthouse e afins )vendem a imagem do seu corpo nú, para um monte de tarados, ( sei que essa é forte). Será que essa campanha quis provar que as mulheres gostam de tirar a roupa, assim como todo homem que compra uma playboy pensa que as modelos são "safadas"?
Muitas vezes eu já li textos seus brilhantes e me surpreendi muitas vezes por eles serem criticados por pessoas que não tinham nem propriedade no assunto em questão. Só posso imaginar que é como se batesse uma tecla, uma espécie de machismo enraizado que diz que a mulher não é um ser pensante quando se deparam com mulheres inteligentes e capazes.

Mila disse...

Muito bom o post, esclareceu algumas coisas pertinentes como o fato delas mesmas admitirem que não tem nada de feminismo no ato de tirar a roupa e fazer a festa dos punheteiros...

Cynthia disse...

Fiquei sabendo do #lingerirday justamente pelo post no Trezentos, e depois de ver todos aqueles comentários horríveis, fiquei chocada ao saber que nem as feministas são capazes de ficarem unidas... Foi muita infantilidade participar desse movimento bobo e apoiar os trolls que atacaram a Ana Carolina.

Srta.T disse...

Ué Lola, e continuo dizendo: elas não disseram que a Ana Carolina mereceu os comentários raivosos. Quando a gente expõe nossa opinião, nos sujeitamos vê-la criticada, desconstruída. Quando mais "raivosa" a forma através da qual você se expressa, mais inflamadas serão as réplicas. Infelizmente, existe muita gente sem o mínimo de "fair play" que parte pra ofensa. Se eu não concordo com algo que você diz aqui, e comento dizendo que não estou de acordo, você acha que eu estou automaticamente assinando quando um troll vem aqui e te ofende? Posso não estar de acordo contigo e ser solidária se alguém te xingar, não vejo contradição nisso.
O fato da Aline e da Lu terem aderido ao #lingerieday não significa, nem de longe, que elas concordam com um babaca que chama mulheres de "feias, gordas e mal-comidas". Pra mim, isso é muito claro.

Carla Mazaro disse...

Sabe, acho q essa discussão já foi longe demais... mas que achar q uma atitude individual não fere o coletivo é ser ignorante...
Eu não li os textos da Lu e da Aline (?), mas não entendo pq elas se sentem ofendidas com o que foi dito para elas e podem dizer que a Ana Carolina mereceu os comentarios ofensivos...
Tipo, a Ana Carolina merece ser ofendida por expor a opnião dela, mas as que expuseram seu corpo não merecem...
Enfim...

Unknown disse...

Às vezes parece que as mulheres em geral já sofreram tanto com o machismo que nem mais se apercebem dele, "já faz parte". Expor os seios para aprovação masculina pode parecer para umas como um simples direito de dispor do seu corpo como bem desejarem. Sim, eu tenho o direito de fazer o que bem entendo do meu corpo, mas o que infelizmente muitas não parecem perceber que fazê-lo apenas para satisfazer a lacívia masculina não representa liberdade...Na última quarata assisti inerte a uma palestra lamentável de um senhor Antònio Carlos Paixão sobre motivação. "Que o 'novo' é fator de motivação...Casa nova dá vontade de zelar. Mulher nova dá vontade de não sair de casa. MArido novo dá vontade de ir gastar no shopping"....O pior de tudo foi ver mulheres, professoras rirem disso!

Silmara Franco disse...

Olá!
Caiu agora na minha mão (ou na minha tela) o seu concurso de blogueiras...
Ainda dá tempo de eu me inscrever?
Meu nome é Silmara Franco e meu blog é o www.fiodameada.wordpress.com.
Só para você saber: em três dias meu blog teve mais de 8.000 acessos, por conta do meu post chamado "Brincadeira séria", indicado pela Cristiana Guerra (hoje vou assim). Só para esse post foram mais de 120 comentários, todos carregados de forte emoção.
Se puder, por favor, faça-me uma visita. Esse post que falo é dirigido às mulheres. Acredito que tenha tudo a ver com a temática do seu concurso.
Posso pedir uma gentileza? Um retorno, qualquer que ele seja.
Muito obrigada e um beijo,
Silmara Franco
www.fiodameada.wordpress.com
blogfiodameada@ig.com.br

lola aronovich disse...

Prity, por um lado é ruim que não exista unidade, mas por outro essa unidade é impossível mesmo. As visões são totalmente diferentes, logo, as lutas são diferentes tb. Eu não acho ruim que não exista unanimidade. Unanimidade não é boa quase nunca (sei lá, eu acho que seria positivo se todo mundo fosse unânime que por exemplo, machucar um gatinho é totalmente errado). O feminismo nunca foi um movimento coeso e não vai ser. E não teria como ser dentro da blogosfera. Faz tempo que eu disse num email que não acreditava em racha das feministas na blogosfera, porque eu não via essa unidade em primeiro lugar. Pra Lu, por exemplo, ser contra a pornografia é um deal-breaker. Pra mim, que alguém seja a favor da pornografia não é importante. Até porque eu não escrevo montes de posts contra a pornografia.
Ainda assim, acho que é importante que se respeitem as várias correntes. Isso de falar de uma feminista que discorda de mim que ela é um “desfavor ao feminismo” eu não faço. Eu não a desqualifico como feminista, apesar de não concordar com ela.
Ah, sabe quando eu vi o que mais se aproximou de uma unidade entre a blogosfera feminista? No Dia Internacional da Mulher. Com aquele post da Marj sobre recusar a rosa.

lola aronovich disse...

Srta T, desculpe, mas não vi nenhuma solidariedade da Lu e da Aline pra Ana. Pelo contrário. Os comentários dão margem pra eu achar que elas disseram que Ana mereceu, por ter provocado. Vamos ficar no exemplo que vc deu. Imagina que um troll me xinga aqui. Tipo, um troll outro dia veio aqui e disse algo como “Que pena que sua mãe não pensa como vc e não fez um aborto quando estava grávida de vc. Pouparia o munde de muita besteira”. E o troll assina: Oliveira. Bom, o Oliveira vem aqui direto, sem nenhum propósito, mas vamos imaginar que essa reação dele fosse porque eu escrevi um post contra uma campanha de, sei lá, todo mundo se fantasiar de smurf e posar pra uma foto (como fizeram na Alemanha). Aí vc vem aqui e diz que ele só reagiu agressivamente a um post agressivo meu. Não poderia soar como se vc o estivesse defendendo? Pior: vc ainda por cima vai lá e se fantasia de smurf, toda orgulhosa. Daí alguém vai ao seu blog, onde vc colocou fotos de smurf, e diz que todas as pessoas que foram contra a campanha do smurf são estúpidas. E vc diz: “é isso aí, obrigada”. Não sei, pode parecer que vc foi contra o meu post anti-smurf e a favor do troll.
Eu não acho que Lu e Aline realmente concordem com os caras que dizem que as feministas que estão reclamando do lingerie day são feias, gordas e mal-comidas. Mas creio que elas estejam zangadas no momento, e por isso agradecem comentaristas que aparecem lá pra xingar as feministas. Acho tb que falta um certo questionamento, se perguntar “Opa, por que tantos homens com essa opinião-clichê sobre as feministas estão se sentindo à vontade para registrá-la aqui no meu blog?”.

Carla Mazaro disse...

Oi, Lola.
Queria mandar um email para vc e não acho seu email... qual é?

Milena disse...

Nossa, queria pensar em algo interessante para dizer, mas a Marjorie foi completa. Nós realmente vivemos pensando que somos livres, mas somos apenas marionetes da sociedade. Muitas vezes cedemos a pressões sem nem ao mesmo percebermos, nos escondendo atrás da tal "liberdade de escolha". Eu já fui assim. Fechava os olhos para o machismo e fazia muita coisa que os OUTROS queriam que eu fizesse, dizendo para mim mesma que aquilo era o que EU queria. Às vezes, a gente demora para entender o que está realmente por trás das nossas escolhas e decisões.
As meninas que posaram para a campanha certamente devem estar sofrendo desse mal. Agora, atacá-las não nos leva a nada. É isso que os tipos chauvinistas (os Gravatais, Cardosos e Morroidas da vida, que acham que nós somos todas bigodudas e mal-comidas...) querem. O que mais me dói não é um homem atacando uma mulher com comentários de "gorda-feia-mal-comida". O que mais me dói é ver mulher assinando embaixo e dizendo/pensando isso de uma outra. Independente das diferenças, eu acho que as mulheres deveriam se unir mais.
Não sei como acontece com as outras, mas comigo, o feminismo surgiu como uma epifania, um momento de revelação quase miraculoso. Abriu minha mente para muitas coisas e certamente me tornou uma pessoa mais completa. Porém, como todo conhecimento, também me tornou mais "infeliz", porque eu passei a enxergar o quanto somos abusadas e objetificadas. E o quanto esses abusos e objetificações estão EM TODO LUGAR, na TV, no cinema, na publicidade, na moda e principalmente no nosso cotidiano. Às vezes, paro e fico pensando se é possível para uma mulher ser REALMENTE feliz, sem ela ter de se iludir ou simplesmente, fingir que não vê certas coisas. A girl can never win. Ou melhor, a vida é uma batalha: eu, feminista X o resto do mundo.
De qualquer forma, Lola, queria que você soubesse que você foi uma das pessoas que mais me instigou a abraçar meu lado feminista e a adquirir conhecimento teórico sobre o assunto. Lendo seus posts, eu saquei uma série de coisas que eu não tinha entendido antes sobre o machismo e vários outros "ismos" e "ias".

lola aronovich disse...

É, Mila, só não sei se a segunda parte da sua frase (fazer a festa dos punheteiros) foi o que elas tinham em mente.


Cynthia, aqueles comentários no Trezentos foram horríveis mesmo. Mas são clichês. Aparecem em qualquer discussão onde haja no mínimo uma feminista. E quanto à unidade... De fato, ela não existe. Mas tenha em mente que a blogosfera é um lugar pequeno. Assim, qualquer coisa mais chocante que uma feminista faça será logo comentada por outras feministas. Acho.

lola aronovich disse...

Carla, leia os textos delas, não confie no meu resuminho. Mas um dos lemas do feminismo é “the personal is political”, putz, mal sei traduzir isso pro português, “o pessoal é político”. Ou seja, o que a gente faz individualmente afeta um grupo. Agora que elas disseram que o que elas fizeram não teve nada de feminista, que elas fizeram como mulheres, não como feministas, acho que se encerra a discussão. Quer dizer, sei que é confuso isso. Mas se fosse uma mulher-não-feminista que aderisse ao lingerie day, eu não ia criticar (nem elogiar), não ia falar nada. Eu ainda assim criticaria a campanha, e provavelmente os idealizadores da campanha, mas não as participantes.


Cris, me explica como essas palestras motivacionais conseguem sempre serem cheias de tanto lugar-comum! E como esses lugares-comuns geralmente são machistas, né? Ai, uma das palestras motivacionais mais inesquecíveis que já vi foi feita num auditório lotado pra milhares de professoras (tô usando o feminino porque 90% lá era mulher). O cara disse um monte de besteira; entre outras coisas, que os índios não haviam sido exterminados pelos colonizadores portugueses, porque não havia censo na época pra medir quantos índios havia aqui em 1500. E as professoras lá, aplaudindo de pé... Escrevi uma crônica sobre isso, ainda vou encontrá-la e colocá-la aqui. Ah, e outro dia o maridão participou de uma dessas palestras motivacionais. No caso, era pra professores de educação física. E o palestrante falou muita coisa válida, como que era importante integrar todas as crianças, e ter cuidado em não expor preconceitos de nenhum tipo. Aí, terminada a palestra, na hora das perguntas, uma mulher pergunta alguma coisa esquisita, e a primeira coisa que o palestrante diz é “Só podia ser loira...”. Legal, né?

Alberto Bilac de Freitas disse...

Cara Lola,

Leia no blog Terra Goyazes: A missão da Blogosfera!

http://terragoyazes.zip.net

Alberto

lola aronovich disse...

Carla, meu email é lolaescreva@gmail.com
Não sei o que eu fiz pro meu perfil desaparecer do blog.


Obrigada pelo carinho, Milena. É, se uma feminista aceita que chamem outras feministas daqueles clichezões todos, ela deveria saber que isso a afeta, que cedo ou tarde isso será usado contra ela tb. Mas isso não me incomoda só numa feminista não, me incomoda em qualquer mulher. Aliás, em qualquer minoria. Eu tenho dificuldade pra entender como um gay, por exemplo, pode ser machista, ou uma mulher ser homofóbica. Porque os preconceitos são muito parecidos. Já contei que uma vez recebi um email de uma leitora do jornal revoltada com alguma coisa que eu tinha escrito sobre algum filme. E lá pelas tantas ela joga um “Com quem vc teve que dormir pra conseguir espaço no jornal?”. Aquilo doeu. Não que eu não tivesse ouvido aquilo antes, mas vinha de homens. E agora vinha de uma mulher, que não via como aquilo só podia ser perguntado pra uma mulher, que não via como aquilo ia contra si própria.
Mas sabe, Milena? Não dá pra combater o machismo, o racismo, a homofobia, a gordofobia etc etc full time. Porque a gente não aguenta. Tem que ver quando vale a pena combater, quando pode deixar passar. E eu sei que sou meio (ou totalmente) boba alegre e Pollyanna, mas acho que dá pra enxergar o machismo num monte de situações e ainda assim ser feliz.
Ah, tô pensando em fazer um concurso com esse tema: “Como me descobri feminista”. Acho isso muito interessante, porque é diferente pra cada uma.

Paula P. disse...

Caramba, eu fico tão indignada quando vejo essas coisas. Para mim parece tão óbvio que esse tipo de campanha seja machista que eu não entendo como outros podem não ver isso.

Outra coisa que me irrita muito é esse tipo de ataque "feminazi-gorda-malcomida". Não tanto pelo xingamento em si, mas porque isso é usado para desmerecer o argumento da pessoa. Quer dizer, e daí se eu for gorda e feia? Só por isso o meu argumento não é válido?

Mas ao mesmo tempo eu não posso deixar de me "alegrar" um pouco com isso. Esse tipo de ataque, a meu ver, é típico de quem foi abalado pelo texto, mas para não sair da sua zona de conforto, prefere xingar o interlocutor a dialogar civilizadamente e, quem sabe, até mudar de opinião.

Agora, pensando bem, eu não sei se isso seria realmente algo para se alegrar. Que as pessoas estejam tão pouco dispostas a debater.

Enfim, eu gostei muito do seu texto e achei o texto da Marjorie também excelente.

Andréia Freire disse...

“Com quem vc teve que dormir pra conseguir espaço no jornal?”.

Ai, como esse tipo de coisa me irrita. Ainda mais vindo de uma mulher (como alguém se ofende por tabela desse jeito?)! Como se as mulheres não fossem inteligentes para conseguirem espaço num jornal pelo próprio intelecto. Mas acho que essa pessoa disse isso só pra ofender mesmo, não acredito que ela pense assim. Que toda mulher num jornal, numa revista só tenha entrado por ter dormido com o edito-chefe, ou algo assim. Muitas vezes as pessoas apelam para os clichês na hora de ofender ou quando estão com raiva, mas nem sempre pensam assim.

lola aronovich disse...

Paula, sei como vc se sente. Tem montes de coisas que eu vejo e fico espantada ao descobrir que alguém pode pensar diferente, porque o negócio parece tão óbvio. Imagino que isso aconteça com todo mundo. E esses xingamentos dedicados às feministas são uma droga. Por coincidência, antes desse auê todo, acho que na quarta, eu traduzi uma lista americana de “ofensas mais comuns num blog feminista”. E aí fiz uma outra lista. São dois posts, ainda não sei quando irei publicá-los. Mas óbvio que todos esses insultos estão lá! E notou como “gorda e feia” estão SEMPRE juntos? Não tem como ser gorda sem ser horrenda, pelo jeito. Cansa isso. E o “mal-comida” eu odeio porque não existe o termo masculino. Ninguém fala em “mal-comido”, “mocreio”, essas coisas. E me xingar de mal-comida é também uma ofensa ao maridão. Estão dizendo que ele não tá fazendo seu trabalho. (e, bom, agora ele não tá MESMO. Ele viajou, tá em SP desde quinta à noite. Chuif. Sinto saudades. Chuif chuif. Por mais que eu reclame, tenho que admitir que minha vida é muito melhor com ele. Cadê o Mario que não tá aqui pra registrar esse momento histórico de elogio aberto ao Companheiro Maridão?).

lola aronovich disse...

Andréia, ah, é muito irritante mesmo. E o mais legal é que comecei a ser publicada no jornal sem conhecer absolutamente ninguém. Nem pessoal nem virtualmente. Eu só fui mandando meus textos por email e eles iam publicando. Só MESES depois é que conheci meu editor (já o segundo), e aí foi só pra acertar alguma forma de pagamento (ahn, do jornal pra mim, bem explicado). Mas concordo contigo: não posso acreditar que uma pessoa, ainda mais uma mulher, que quem sabe já ouviu essa pergunta antes (com quem vc teve que dormir pra conseguir isso?), realmente acredite nisso. Na hora da raiva a gente fala qualquer bobagem mesmo. E obrigada pelos comentários no outro post. Vi seus comentários no blog da Lu e os achei muito sensatos. Fico feliz que vc tenha dialogado com ela.


Samantha, pior é que eu acho que vc tem razão. A gente passa HORAS em frente a esse computador miserável. Mas me mandar pra fora de casa com essa chuvinha e sei lá quantos graus abaixo de zero? Aí já é sacanagem sua! (ontem fez 0 grau em Porto Alegre. Não sei quanto foi aqui, mas tenho certeza que foi próximo. Tá um gelo isso aqui. GELO. E tadinha da Tina, que tá em Curitiba. Tininha, minha solidariedade!). E me diga, tá havendo outras picuinhas na internet? Porque sou sempre a última a saber e perco todas! Mas olha, concordo que essas brigas não acrescentam nada. E semana que vem ninguém vai se lembrar.

Srta.T disse...

Lola, você só omitiu um detalhe quando aproveitou o meu exemplo: e se no seu post você chamasse quem criou a campanha do #smurfday de imbecil e desocupado, e as pessoas que resolvessem aderir de vaquinhas de presépio sem vontade própria? Ao fazer isso, você está deliberadamente provocando as pessoas que criaram e/ou simpatizam com o movimento. E pode acontecer de um mais "exaltado" vir te falar barbaridades. Você mereceu? Não. Mas você não procurou evitar, não foi mais polida em seu discurso. E ainda, mesmo que fizesse um post super-respeitoso e não ofendesse ninguém, poderia aparecer um maluco e gratuitamente te xingar. Não dá pra esperar que todos interpretem da melhor maneira o que dizemos. É o mesmo que culpar Marilyn Manson e Matrix pelo massacre de Columbine.

Além do mais, o teu exemplo não ficou muito legal, a meu ver, porque é extremado. Você fala de um troll que te deseja a não-existência porque você é contra um movimento sobre smurfs. É muito extremado, o que distancia do caso aqui. Até onde sei, ninguém, nem quem é contra o #lingerieday e nem quem é a favor, recebeu esse tipo de comentário. Os ânimos se exaltaram, mas não chegaram a tanto. Não acho legal levar a essa polarização, criar duas classes de "algozes" e "vítimas", direciona o debate de uma forma ruim.

iaeeee disse...

se essas garotas que participaram do lingerie day são 'feministas' só pode ser daquele tipo de menina que se diz feminista depois que entrou em alguma universidade e virou 'intelectual' de vanguarda...

acho que acima de todas as definições do que possa ou não ser o feminismo está a humanidade. Como essas meninas não sentiram a menor empatia pela ana? como elas poderam fica do lado dos desprezíveis? resposta: elas quiseram 'aparecer', só isso. Se ser 'feminista de fachada' não tava sendo legal o suficiente para elas, elas decidiram ser essas tais 'feministas individuais', seria trágico se não fosse cômico...

Anônimo disse...

Isso que você fez Lola, é mau caratismo. Muito feio.
Flávia

lola aronovich disse...

Srta T, meu exemplo não funciona, nem vou discutir. Mas não pela razão que vc citou. Não pela agressividade do troll (pq a gente pode argumentar que “vc precisa tirar areia da vagina” é tão violento quanto “pena que sua mãe não fez um aborto”, que, inclusive, é um insulto unissex). Até porque no meu exemplo há um só troll, no post da Ana há dezenas, então qual teria peso maior? Meu exemplo não funciona porque smurf day seria algo sem nenhum contexto. Aí sim seria algo inofensivo. O máximo que podia ser dito aos participantes é “falta do que fazer” (quer dizer, eu não participaria da mesma forma, pq não tenho twitter, e eu checaria bem quem está organizando antes de decidir entrar. Pra mim isso de “cuidado com quem anda” é um ponto importante. Vc compartilha de várias ideias do Gravataí Merengue, está num espectro político parecido ao dele, e ao do Tio Rei, mas pra mim seria absolutamente impossível participar de algo organizado por ele. E tem a questão ética. Alguém que cria blog anônimo pra atacar outra pessoa, por mim, acaba). O lingerie day é diferente, não é algo no vácuo. Várias feministas, e blogueiras em geral que nem se consideram feministas, lutam pra que as mulheres que escrevem na internet sejam vistas como seres pensantes, com algo importante a ser dito. Mas quando há concursos, eles insistem em criar categorias do tipo “Musa da internet”, “blogueira mais gostosa”, etc. Caracterizam a blogosfera feminina como algo fútil, “de mulherzinha”, confessional, onde as autoras só valem a pena serem “lidas” se elas forem bonitinhas. Uma campanha como o lingerie day vai nessa linha. Note que não é “roupa de baixo day”. É lingerie. E lingerie, que eu saiba, é só pra mulher. E a campanha foi feita pra “tuiteirAs”. E o poster da campanha não deixa dúvidas pra quem é dirigida. E ainda teve o tradicional adendo de “gordas, não participem”. Isso tudo é tão clichê que não dá pra fingir que veio do nada. Eu fico feliz que a Ana tenha reagido. Se eu tivesse sabido, provavelmente teria reagido também, e talvez com a mesma “agressividade” que ela. Ah, e tem outro detalhe: as dezenas de trolls que apareceram no post da Ana não eram participantes do lingerie day, na sua maioria. Eram homens. E o LD pedia mulheres de lingerie. Então o que eles estavam dizendo é “pô, para de ser estraga prazeres, sua mocreia amada. Deixa que a gente veja tuiteiras com pouca roupa”. Enfim. Aí vem feminista que sabe de tudo isso, que conhece esse contexto, e resolve participar do LD dizendo que “o contexto faço eu”? Pra ver a reação das pessoas? Que tipo de reação elas esperavam?


Iaeee, eu não sei o contexto de como elas são feministas, mas não desqualifico a linha de feminismo delas. E elas mesmas falaram que o ato de participar do LD não foi um ato feminista. A falta de empatia por uma blogueira que foi atacada por montes de trolls machistas é um problema sério, a meu ver. Mas está relacionado a elas se colocarem em oposição a um tipo de feminismo.

Anônimo disse...

E você realmente ainda precisaria comer muito, mas muito arroz com feijão na vida pra chegar perto da Lu e da Aline.

Dai disse...

Oi, Lola.
Olha, eu chego bastante atrasada e acho que tudo mesmo já foi dito. Só queria dar uma última pincelada sobre o erotismo como um ingrediente de contestação e subjetivação.

De forma muito autoafirmativa, a arte feminista vem se valendo da exposição do corpo das mulheres - geralmente num contexto de subversão do erotismo ou de contestação do conceito de belo, pelo uso de elementos grotescos ou pela relativização do feio. Acho que há inúmeros exemplos, mas posso citar um que conheço bem de perto, que é o da artista natalense Civone Medeiros. Ela fotografa seu corpo menstruado e também produz telas com o próprio sangue, coletado nesse período. Civone é magra, linda e exibe a própria nudez muito generosamente, mas a dimensão estética e a proposta de seu trabalho é outra.
Num campo mais privado, lembro de uma professora de ensino superior norte-americana que foi demitida porque exibia autorretratos seus, nua, em seu fotolog, sua conduta foi considera imoral pela diretoria de centro. Felizmente, muitas feministas vieram em sua defesa e o resultado foi um debate muito bacana sobre a exposição erótica como parte do direito individual à liberdade e ao prazer, que deve ser garantido às mulheres em suas vidas privadas e não associado às públicas.
Realmente, eu acho que podemos usar de nossa nudez e de nosso corpo (belo, feio, grotesco, etc) como um instrumento do feminismo, seja na luta pelo direito ao prazer ou na desconstrução dos estereótipos machistas de gênero. Claro que, nesse caso, precisamos refletir sobre quais as nossas lutas e de que modo vamos empreendê-las, onde expor, como e para quê são questões relevantes, sim, se pensamos numa estratégia de intervenção política.
Por outro lado, lógico, penso q qlqr mulher, feminista ou não, têm o direito de exibir seu corpo em qualquer contexto e não ser recriminada por isso, mas, se, ao fim, a idéia dela é discutir feminismo e processos de subjetividade/subjetivação, não dá para descolar as escolhas do EU de uma proposta coletiva - por plural que seja, por não isenta de tensões internas que seja, como é o caso do feminismo contemporâneo.

Em outras palavras: eu compreendo perfeitamente qual a discussão que as duas blogueiras almejam projetar e acredito que ela seja importantíssima, mas elas realmente escolheram o pior cenário e também o pior campo de aliados/ antagonistas.

Como acredito que o feminismo seja uma prática solidária, também acho - até onde entendi - que não foi legal que elas construíssem uma proposta de intervenção política (?) desconstruindo o texto de outra blogueira (também feminista), desautorizando a sua fala e destacando que "este feminismo não me pertece".

Também acho triste esse painel - intencional ou não - formado pela falsa dicotomia feministas feias e moralistas X feministas gatas e descoladas. As que se auto-perfilam ao lado da postura privilegiada estão, automaticamente, estigmatizando as outras. Não quero com isso polemizar ainda mais, nem apontar o dedo para quem quer que seja. Mas acho que teríamos uma discussão realmente importante para o feminismo se tivéssemos evitado essa cilada.

Ághata disse...

Ah, me poupem, elas disseram que Ana Carolina mereceu as respostas que ela teve...
Ridículo da parte delas...

b disse...

Bom, disse no outro post sobre a tal da liberdade e tals...daí vem alguém e fode com tudo chingando a ana que se declarou contra a merda do dia-de-calcinha....ta errado isso aí.

De verdade, li os dois posts das mocinhas (gostei das fotos, diga-se de passagem) e entendo a posição delas. são omissas. e acho que a idéia de critica vem ddo fato de elas se sentirem ofendidas por sentirem prazer em se exibir.

Elas gostam de mostrar o corpo. Ponto. Isso significa que são idiotas-sem-cérebro pedaços-de-carne-num-açougue? è o mesmo que dizeros absurdos que disseram sobre a Ana Paula por ela se posicionar contra.
Pelo que eu entendi elas ficaram muito bravas com o Túlio e uma outra mocinha pois eles disseram que ela tinah se tornado um simples objeto da vontade masculina pois fez a vontade deles.

"Exibi orgulhosa o decote, sim, no dia do #lingerieday justamente porque o decote não não me diminui, não me objetifica, pelo contrário, ele é a expressão inequívoca de que meu corpo é este, que eu o mostro quando quero e sigo a vida adiante. Como sujeito, sempre"

Acho que essa é a idéia. FUgir do rótulo de que mulheres que se enquadram no padrão de beleza são idiotas. Isso não é real. I

Não preciso comentar sobre o absurdo dos comentários no blog da Ana Paula... mas não li em nenhum dos dois Posts (que estão muito bem escritos, na minha opnião) nada que apoiassse os que ofenderam a moça....
Por outro lado, ao expor sua opnião, corre-se o risco de ofender outras pessoas e nesse caso precisa aguentar o tranco...

Continuo pregando a liberdade total. Tanto pros que não querem expor seus corpos (o motivo é indiferente pra mim. Eu não o faço por achar a nudez masculina grotesca) quanto para os que o fazem de forma consciente.

E repito: Precisamos pensar melhor sobre esta história de vítimas. Lola, sugiro um pots sobre o assunto, que tal?

Sugiro praqueles que não leram os posts, que o façam. è melhor formar uma opnião conhecendo os fatos do que intepretaando a interpretação alheia.

Andréia Freire disse...

Nossa, gostei demais dos comentários da Dai e do Thiago. Penso de maneira parecida, mas meu forte não é a escrita. ;]

Andréia Freire disse...

Sabe, não interessa o que as meninas fizeram ou deixaram de fazer, ninguém tem o direito de julgá-las, chegar dizendo que elas são "bife", eu vejo isso como ter a mesma atitude que criticam. Nem de dizer que elas não são feministas. Eu vejo muitos comentários de pessoas que muito provavelmente não ouviram o outro lado antes de se manifestar. ;\ Enfim, por isso que gostei tanto da postura da Marjorie e da postura da Lola. Vocês em momento algum fizeram isso. ;]

Anônimo disse...

"Também acho triste esse painel - intencional ou não - formado pela falsa dicotomia feministas feias e moralistas X feministas gatas e descoladas." EXATO.

A guerra anti-porn x pró-porn é mais uma da série "divide and coquer", mas mesmo assim é complicado alinhar os dois pontos de vista, em especial quando não existe cooperação.

Só pra constar, sou irredutivelmente anti-porn e vomitei no lingerie day.

Maria Júlia disse...

Gostei muito do texto. Havia lido sobre o lingerie day no trezentos, mas não tinha visto que deu esse bafafá todo. Que absurdo oO

Mas, fiquei com uma dúvida (nada grave, só de texto msm rs. No trecho:

"Mas a minha maior conclusão é que, se Lu e Aline não fossem feministas, este debate nem estaria acontecendo. Porque não tem nenhuma feminista aqui atacando mulheres (em geral) que participaram do lingerie day. Ou, em outra escala, atrizes que fazem filmes pornôs, ou prostitutas que partipam da prostituição. As feministas criticam o sistema, não os indivíduos. E a Lu sabe disso, e quer que, no fundo, a gente pare de criticar o sistema: o lingerie day, a prostituição, e, principalmente, algo que lhe é muito caro, a pornografia."

Não seria o contrário? Se elas FOSSEM feministas?

Abraço!